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terça-feira, 26 de janeiro de 2010


SPFW OUTONO/INVERNO 2010

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De 17 a 22 de janeiro, os principais estilistas e marcas brasileiras mostraram suas propostas para o inverno 2010. Sim, porque se o Sol brilhava lá fora, no prédio da Bienal o clima erai de frio. Sob a batuta de Paulo Borges, o todo-poderoso do SPFW, que elegeu a linguagem (das palavras aos símbolos, passando, claro, pela moda) como tema desta edição, 39 grifes entram na passarela. Acompanhe aqui a cobertura completa.


Veja o perfil de casa estilista, e as fotos do desfile;



Cavalera

Um hard chic

Para o inverno 2010, a Cavalera escolheu o tema Sexo, Moda e Rock'n roll. Mostrou uma coleção jovem, eternamente subversiva, mas nada impossível de se usar. Sob um som altíssimo, comandando por Igor Cavalera, rapazes e moças, nem todos modelos profissionais, desfilaram a batida jeanswear da marca na Galeria do Rock, no centro de São Paulo, reduto de todas as estranhezas que povoam o streetwear paulistano. Looks ousados e divertidos, como os jeans com lavagens "empretecidas" ou com acabamentos metálicos e resinados, retos, carrot, cintura baixa e shorts – muitos shorts, sob saiotes, casacos ou vestidos míni. Malhas bordadas a mão com pequenas tachas douradas ou canutilhos, vestidos justos e decotados e corseletes, eternos fetiche, exibiam uma mulher mais sensual e feminina. Tudo preto e cinza, com pinceladas de pink e de azul oceano, para agradar punks e glams. A alfaiataria descontraída fez a diferença. Casaquetos, boleros e jaquetões ganharam novos cortes, recortes e grandes laçarotes. Quanto ao som, a Cavalera distribuiu protetores de ouvido. A platéia agradeceu.




Osklen

Encaixotando a Osklen

Deve ser sempre um impasse difícil para um estilista optar por uma coleção comercial (que, em excesso, pode se tornar cansativa) ou por uma conceitual – com o risco de ficar mais para obra de arte do que para roupa propriamente dita. No inverno 2010 da Osklen, Oskar Metsavaht optou pela segunda alternativa e deixou de lado os moletons e camisetas confortáveis que fizeram a fama de sua marca. A escolha é corajosa. Mas, como toda escolha, tem seu preço. No conjunto, a imagem do feltro de lã trabalhado em 3-D passa um certo ar de imobilidade. Ao mesmo tempo, Oskar tem o mérito de captar os tempos modernos: os tecidos são tecnológicos e é impossível não pensar nas roupas casulo, em que é preciso levar a casa nas costas – daí os vestidos-mochilas. Valeu como exercício de modelagem. Nas lojas, com certeza, a história vai ser outra.



Colcci

Inverno nômade

Sem a presença de Gisele na passarela – pela primeira vez em anos –, a sala de desfiles da Colcci era pura organização: atraso mínimo, badalação idem. Mais atenção, portanto, à moda em si. Melhor para a marca, que saiu da zona de conforto e apresentou um bom começo de desfile, em especial no denim: sequinho, de cintura alta e... cor-de-rosa. O tom apareceu também nos bons coletes e jaquetas jeans (mínis ou boyfriend) – sim, elas estão de volta, e com força total. Há também uma lavagem bem desgastada, quase branca, em jeans mais leves, com tachas. Eles estão em saias (na altura do joelho), calças e macaquinhos, em uma referência à última coleção de Ralph Lauren, apresentada em Nova York. Os tricôs e crochês de ponto grosso aparecem em túnicas, casacos e nos belos cachecóis-cobertores, exibindo a vertente mais fashion da popular Colcci. A segunda parte do desfile, um tanto repetitiva, mostrou todos os ícones da marca, que devem continuar vendendo como água: batas e vestidinhos românticos, bem fluidos. Desta vez, há também saias longas e amplas e, por vezes, transparentes. A cartela de cores é neutra: rosa lavado, cinza, verde escuro e roxo. Foco também nos acessórios: quase todas as modelos entraram com bolsas (grandonas ou clutch), cintos com tachas e botas estilo trekking.



Cori

Tramas clássicas

As formas são dos anos 1960, inspiradas nos figurinos de cinema da americana Edith Head. A criatividade fica por conta de Andrea Ribeiro e Giselle Nasser, as responsáveis pela coleção da Cori há duas temporadas. Os vestidos e a alfaiataria brilharam não só no corte, como também nos tecidos retrabalhados, criando relevos incríveis, quase artesanais. Preto, cinza, branco, azul e roxo se juntam e se separam em tramas elegantes e atemporais. Os casacões amplos, os macacões de cintura marcada, os vestidos e as saias de quadris e ombros arredondados nunca sairão de moda, mantendo a tradição e o talento da marca para a alfaiataria. Calças justas e retas com casaquinhos soltos e curtos podem ser considerados os novos terninhos. Peças de pele sintética, couro, voile de lã e índigo resinado respondem pela modernidade, como o smoking-short, as hotpants com direito a cinto de bolinhas com laço na frente e os vestidos com textura futurista. Os sapatos, botas de cano curto e escapins pesadões, misturam couro, verniz e tela e deixam as mulheres nas alturas. E eternamente clássicas.


Alexandre Herchcovitch

Folclore? Que nada!

Depois de um verão campeão, inspirado no futebol americano, a ansiedade para ver o inverno de Alexandre Herchcovitch era grande. Afinal, depois de uma coleção superimpactante, sempre fica a dúvida: o que será que vai vir na sequência? A resposta foi dada hoje pelo estilista e não decepcionou. Pelo contrário. Herchcovitch parte do folclore da Geórgia e das imagens do diretor Sergei Paradjanov para criar peças que de folclóricas não têm nada. A receita para deixar tudo absolutamente desejável (e usável), com passe livre em qualquer cidade do mundo, está no DNA de Alexandre: o trabalho de patchwork e as pitadas punk, tão características, entram em cena para “desencaretar” e atualizar tudo. Casacos de cortes perfeitos fazem par com vestidos de seda propositalmente rasgados, calças de alfaiataria acompanham camisas com paetês e vestidos com manga morcego ganham tachas com aspecto de madeira, graças a um trabalho de pátina. Isso sem falar nos enormes cristais, que adornam algumas peças, e nas sobreposições de texturas. Se o verão foi altamente criativo e desafiador, o inverno é do tipo quero já. Mas passa a léguas de distância de ser uma moda descartável: por trás das peças, há um trabalho primoroso. Prova de que conceito e consumo podem, sim, andar de mãos dadas.




BjosS '

(Fonte)

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